“Pasárgada”, que chega aos cinemas nesta quinta-feira (26), representa um grande passo na trajetória artística de Dira Paes. Perto de completar 40 anos de carreira, a atriz paraense estreia como diretora, acumulando também os papéis de roteirista, produtora e protagonista do filme também protagonizado por Humberto Carrão.
No longa-metragem, Dira interpreta Irene, uma bióloga de meia-idade especializada no estudo de aves nativas brasileiras. Isolada no meio da Mata Atlântica, ela tenta localizar uma espécie rara de ave, trabalhando para o tráfico internacional de animais silvestres.
Finitude
A narrativa nasceu durante a pandemia da Covid-19, quando a atriz e o marido – Pablo Baião, que dirigiu a fotografia da obra – buscaram refúgio na região serrana de Arraial do Sana, em Macaé, Rio de Janeiro. Todo o filme foi rodado neste local, um dos mais procurados pelos pesquisadores de aves do mundo.
“O tempo de pandemia me deu vontade de cruzar fronteiras, como se a finitude da vida estivesse escancarada e eu precisasse fazer coisas que me desafiassem. Queria me olhar de uma forma que ninguém olhasse para mim. Não sei se era eu quem transbordava de vontade de cinema, mas, quando encontrei a fazenda onde ficamos, tudo ali me pareceu cinematográfico”, diz Dira, em entrevista exclusiva ao Folha Pernambucana.
Até a escolha do título do filme – inspirado no poema “Vou para Pasárgada”, do modernista pernambucano Manuel Bandeira – tem a ver com os sentimentos provocados pela pandemia. “Bandeira escreveu este poema aos 83 anos, quando estava doente e sonhava com um paraíso para si. Acho que todos queríamos isso naquele momento”, explica.
O poeta acabou dando nome a um dos personagens do filme. Manuel, interpretado por Humberto Carrão, é um lenhador designado para acompanhar Irene na sua missão pela floresta. A convivência com o jovem, que vive em total sinergia com a natureza, faz com que a ornitóloga comece a questionar suas escolhas.
Dira e Carrão
“Foi muito lindo ver uma atriz se transformando em diretora. Adoro a Dira e receber esse convite dela, naquele momento, foi como receber uma tábua de salvação”, comenta Carrão. O artista buscou a preparação do personagem próximo ao Sr. Ilson Gonçalves, conhecido como Ciça, morador local, que também se tornou ator do filme.
“Basicamente, eu ficava grudado nele todos os dias, anotando as coisas e tentando me aproximar um pouco mais do seu jeito de ser. Ciça tem algo muito especial, que é uma sabedoria gigantesca. Ele é esse lugar e, ao mesmo tempo, não. Ele se recompõe e se impõe quando tem que se impor. Isso me interessou. Para quem tem que olhar os pássaros e conhecê-los, talvez ficar um pouco mais escondido seria uma vantagem”, reflete o ator.
Para Dira, “Pasárgada” é “um convite para que as pessoas sintam”, destacando o caráter sensorial da obra. Os sons da natureza, principalmente o canto dos pássaros, cercam a obra, que recebeu o prêmio de Melhor Sound Design no último Festival de Gramado, em agosto.
“Irene não sabe lidar com seus afetos e, de repente, é atingida por uma ligação consigo mesma. Cheia de conhecimento científico, ela conhece esses dois homens que falam a linguagem da natureza, com uma sabedoria que é natural. O filme é sobre essa mulher, endurecida pela vida, se umidificando novamente na mata”, pontua a atriz.
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