Pelo menos cinco pessoas morreram e 31 ficaram feridas nesta terça-feira durante protestos contra um projeto aumento de impostos no Quênia.
Os manifestantes invadiram e incendiaram os edifícios que albergam o Parlamento e a Câmara Municipal de Nairobi, e também incendiaram veículos perto do Supremo Tribunal do país, provocando confrontos com as forças de segurança na capital.
Segundo a imprensa queniana, os deputados que estavam no local fugiram através de um túnel subterrâneo.
“Apesar da garantia do governo de que o direito de protestar seria protegido e facilitado, os protestos de hoje transformaram-se em violência. (…) Pelo menos cinco pessoas morreram devido a tiros enquanto ajudavam os feridos”, afirmaram várias ONG de direitos humanos num comunicado, incluindo a Amnistia Internacional. Segundo o comunicado, 31 pessoas ficaram feridas, 13 delas por tiros.
A tensão explodiu no centro financeiro da capital, onde o terceira manifestação em oito dias do movimento “Ocupar o Parlamento” (Ocupar o Parlamento), que se opõe a um projeto de Orçamento para 2024-2025 que prevê a imposição de novos impostos, incluindo um IVA de 16% sobre o pão e um imposto anual de 2,5% sobre os veículos particulares.
Há uma semana, o governo anunciou a retirada de grande parte das medidas, mas o movimento exige a eliminação total do texto.
Ao meio-dia, hora local, os manifestantes romperam o cordão policial e avançaram para uma área que abriga vários edifícios governamentais, incluindo o Parlamento e a Câmara Municipal de Nairobi, que foram invadidos, e o Supremo Tribunal.
Outras manifestações ocorreram em diferentes cidades do país, segundo a mídia local. As ONG não especificaram os locais onde foram contabilizados os mortos e feridos.
Antes dos distúrbios de terça-feira, duas outras pessoas morreram em Nairobi durante a onda de protestos e dezenas ficaram feridas.
Organizações de direitos humanos também relataram que 21 pessoas foram sequestradas ou desapareceram nas últimas 24 horas, algumas das quais já foram libertadas. Segundo o comunicado, 52 manifestantes foram presos.
Sensação de cansaço
Liderado inicialmente pela “Geração Z” (pessoas nascidas depois de 1997), o movimento transformou-se num protesto mais amplo contra as políticas do Presidente William Ruto, que se dispôs a dialogar.
— Ruto nunca cumpriu suas promessas […] Nós estamos cansados. Deixe-o ir”, disse Stephanie Wangari, desempregada de 24 anos, em entrevista à AFP durante o protesto.
A ativista nascida no Quênia Auma Obama, irmã do ex-presidente dos EUA Barack Obama, esteve ao lado dos manifestantes no protesto.
Enquanto dava uma entrevista a uma afiliada americana da CNN em Nairobi, foi atingida por gás lacrimogéneo.
— Não consigo mais assistir, estamos sendo atacados com gás lacrimogêneo — disse Obama em imagens captadas pela TV. — Veja o que está acontecendo. Os jovens quenianos defendem os seus direitos. Eles estão se manifestando com bandeiras e estandartes.
O Quénia, um país da África Oriental com cerca de 52 milhões de habitantes, é um motor económico na região.
No entanto, o país registou uma inflação anual de 5,1% em Maio, com aumentos nos preços dos alimentos e dos combustíveis de 6,2% e 7,8%, respectivamente, segundo o Banco Central.
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