Dyonathan Celestrino, 31 anos, conhecido como Maníaco da Cruz, voltou a causar confusão no Instituto Penal de Campo Grande, onde está preso desde 2013, no final da tarde deste sábado (28). Ele se recusou a voltar para sua cela e jogou urina em um agente penitenciário.
Segundo o boletim de ocorrência, Dyonathan estava no solário da unidade, após o término do horário de banho de sol, quando foi solicitado por um policial criminal que retornasse à sua cela.
O Maníaco da Cruz recusou-se a retornar e resistiu, sendo necessário o uso de escudo pelos funcionários do Instituto Penal.
Nesse momento, Dyonathan se tornou agressivo e jogou urina, que estava guardada em uma garrafa pet, no policial criminal, que foi atingido no corpo e no olho direito.
Recorrente
Segundo o boletim de ocorrência, a conduta do preso é recorrente, no sentido de agredir e jogar lixo biológico contra funcionários.
Há um ano, em 27 de setembro de 2023, conforme noticiou o Correio do Estado, ele atacou um policial criminal e ameaçou matar outros policiais depois de tomar sol.
Na ocasião, Dyonathan estava no solário de uma cela especial e, durante o procedimento de fechamento da ala, ficou chateado e se recusou a voltar para sua cela, jogando-se no chão e contra as paredes, gritando que iria matar o policiais criminais.
A equipe de resistência foi chamada para ajudar na contenção do preso, mas ele continuou demonstrando resistência, dando socos e chutes. Um dos policiais levou um soco no rosto.
Internação na prisão
Dyonathan Celestrino é responsável por uma série de assassinatos no Rio Brilhante, em 2008, e desafia o sistema penitenciário. Isso porque ele permanece internado na ala de saúde do Instituto Penal de Campo Grande (IPCG) por falta de ambiente adequado ao seu quadro psicopático.
A internação por crimes cometidos em 2008, quando ainda era adolescente, já foi concluída entre 2008 e 2011. Ele atingiu a maioridade penal, 21 anos, em 2013, quando deveria ter recebido alta, mas pela impossibilidade de reinserção na sociedade e a falta de vagas nos hospitais de custódia, continua no Instituto Penal.
Dyonathan é regularmente avaliado por médicos especialistas, para determinar se há cessação da periculosidade ou permanência, com laudos que mostram que ele continua apresentando transtornos psicopáticos que impedem o convívio social, sendo mantida a medida de segurança de internação.
Os crimes
O serial killer conhecido como Maníaco da Cruz escolhia suas vítimas aleatoriamente e as obrigava a responder diversas perguntas sobre comportamento sexual. Se fossem considerados impuros, eram assassinados, com seus corpos posicionados em sinal de crucificação.
A primeira vítima do Maníaco da Cruz foi seu vizinho, o pedreiro Catalino Gardena, de 33 anos, falecido em 2 de julho de 2008. No julgamento de Dyonathan, Catalino “merecia” morrer porque era alcoólatra e homossexual.
A segunda vítima foi Letícia Neves de Oliveira, de 22 anos, assassinada em 24 de agosto do mesmo ano, por ser LGBTQIAP+.
No dia 3 de outubro de 2008, Maníaco da Cruz fez sua terceira vítima, Gleice Kelly da Silva, de 13 anos, encontrada seminua em uma obra, com um bilhete ao lado do corpo informando que “morta não responde a mensagens”.
No momento em que foi detido, Dyonathan disse que matou as vítimas porque elas não seguiram os preceitos de Deus. Maníaco da Cruz foi preso em sua casa em outubro de 2008 e posteriormente levado para Unei, em Ponta Porã.
Em 2013, ele fugiu da unidade para o Paraguai, sendo encontrado e preso novamente.
Ele está sujeito a medidas de interdição e segurança há pelo menos 10 anos, o que o mantém preso na ala de saúde do Instituto Penal de Campo Grande.
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