O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, afirmou que as novas portarias publicadas nesta terça-feira pelo órgão para facilitar o diálogo com os contribuintes não são medidas arrecadatórias, mas podem ter esse efeito, pois deverá haver redução de litígios tributários.
“Não é uma medida de arrecadação direta. Acaba tendo efeito arrecadatório porque o contencioso implica não recebimento de tributos, o contencioso significa custos para o contribuinte, que deve contratar um advogado, que deve ter um custo em relação a isso, inconvenientes que sabemos, e do lado da receita significa não receber o valor”, explicou Barreirinhas.
O secretário esclareceu que não foram feitos cálculos de receita com as medidas, mas há grande expectativa do órgão para evitar litígios. Ele acredita que, depois de um ano, a equipe técnica poderá ter um diagnóstico mais preciso em relação aos valores referentes à aquisição de novas receitas ou mesmo à perda de receita pela criação dos programas.
Uma das portarias publicadas esta terça-feira cria o “Procedimento de Consensualidade Tributária – Receita Consensual”, que visa evitar que conflitos relativos à qualificação de factos fiscais ou aduaneiros relativos ao Fisco se tornem litigiosos.
A portaria também cria o Centro de Prevenção e Resolução de Conflitos Tributários e Aduaneiros (Cecat), que será responsável por prevenir e resolver conflitos tributários e aduaneiros que não sejam objeto de processos administrativos tributários ou judiciais.
Outra portaria publicada pelo Fisco cria o projecto “Receita Soluciona”, para facilitar o diálogo entre o órgão e a sociedade em matéria fiscal e aduaneira. Podem participar confederações nacionais representativas de categorias econômicas, sindicatos e entidades de classe nacionais.
Explicação sobre Cecat
O secretário da Receita Federal esclareceu que o Cecat não assumirá papel “julgador” e não será responsável por emitir posição final. O cargo será ocupado por funcionários da subsecretaria de Tributação do órgão.
“A ideia é que a solução (entre Receita e contribuintes) seja encontrada através do diálogo. E detectamos que nem sempre esse diálogo direto entre o contribuinte e o agente fiscalizador é simples, o que é estritamente ideal. muito forte e entendemos que para que essa mudança cultural seja facilitada é interessante que haja um agente externo, externo no sentido de não estar diretamente nessa relação entre supervisionado e fiscalizador”, explicou Barreirinhas.
Ele afirmou que os novos funcionários que serão convocados pela Receita serão responsáveis por exercer essas funções de diálogo com os contribuintes. Segundo ele, serão 200 auditores fiscais e 300 analistas que vão focar nesse tipo de serviço.
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