Durante visita ao município de Douradina, a 191 quilômetros de Campo Grande, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, disse às lideranças indígenas que o conflito com os produtores rurais pela demarcação de terras não interessa a ninguém.
O recente confronto, ocorrido no último final de semana e que deixou 11 indígenas Guarani-Kaiowá feridos, colocou o governo federal em alerta para os conflitos mais sangrentos. Os indígenas afirmam que as terras disputadas são territórios tradicionais do seu povo.
As recentes ocupações na região de Dourados foram classificadas como ‘retomada’, o que reacendeu a violência contra os Guarani-Kaiowá. Este imenso conflito fundiário, que já dura décadas, tem gerado tensão na região.
No último fim de semana, em Douradina, lideranças indígenas e organizações indígenas relataram dois grandes ataques com homens armados e acampamentos montados em área delimitada para abrigar a Terra Indígena Panambi-Lagoa Rica.
Em nota, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), ligado à Conferência Nacional dos Bispos Brasileiros (CNBB), informou que muitos indígenas ficaram feridos durante os ataques. Barracos, pertences pessoais e símbolos da cosmologia Guarani-Kaiowá foram destruídos e incendiados. Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram a presença evidente de caminhões, tratores e automóveis no entorno das áreas de recuperação.
“Viemos aqui em uma missão de paz. É isso que buscamos”, disse a ministra a um grupo de produtores e trabalhadores rurais com quem conversou na companhia da presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Joênia Wapichana; o coordenador geral de Operações da Força Nacional de Segurança Pública, Luis Humberto Caparroz.
“Um conflito como este não lhe interessa. [produtores rurais]não é do interesse dos povos indígenas e não é do interesse do governo [federal]. Não interessa a ninguém”, afirmou o ministro, reconhecendo a necessidade de ouvir todos os lados envolvidos na questão.
“Entendemos que temos que ouvir os dois lados. Viemos conversar com você para encontrar essa solução. E falar sobre parar os ataques. Não é possível continuar com esta situação de insegurança. Você falou de insegurança, os indígenas estão em situação insegura, e temos que entender que não vai ser assim, com brigas, com armas e ataques, isso vamos resolver [o conflito]. Nem você nem eles [indígenas]querem ficar manchados de sangue”, afirmou o ministro.
Às lideranças Guarani-Kaiowá, Sônia destacou o reforço da Força Nacional de Segurança Pública na região, autorizado no último dia 17, em meio à escalada da violência terrestre no estado.
“Vimos que a presença da Força Nacional é realmente necessária para garantir a segurança e a integridade física dos povos indígenas desta área de recuperação, para evitar que novos conflitos ocorram. Não concordamos com a violência. Estamos aqui com o objetivo de pacificar [a região] baseado no diálogo e na presença do Estado brasileiro”, disse o ministro, garantindo que o governo federal tem trabalhado para concluir os processos de demarcação de novas terras indígenas, que estão paralisados por recursos judiciais interpostos por produtores rurais que afirmam ser os legítimos proprietários das áreas reivindicadas. pelos indígenas.
“Estamos trabalhando para que os processos de demarcação em Mato Grosso do Sul e em todos os estados brasileiros sejam retomados. Não é possível que os povos indígenas continuem sofrendo tamanha violência em meio a esses conflitos. Queremos garantir a segurança das pessoas nos seus territórios”, afirmou o ministro.
Segundo informações da reunião realizada na última segunda-feira (5) no Supremo Tribunal Federal (STF), o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) propôs a demarcação de 12,1 mil hectares no território Panambi Lagoa Rica, em Douradina.
Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), as áreas já delimitadas e declaradas como usufruto indígena exclusivo no estado totalizam mais de 283 mil hectares, distribuídos em 903 propriedades rurais em 30 cidades de Mato Grosso do Sul . bruto. Segundo a entidade, isso geraria grande ‘insegurança jurídica na área’.
“Tanto os indígenas quanto os produtores rurais são vítimas. No Mato Grosso do Sul, por exemplo, indígenas reivindicam terras originárias da Guerra do Paraguai [1864/1870] onde o Brasil, quando venceu, alocou produtores rurais para manter a soberania nacional. Agora, 150 anos depois, não podemos tratar estes produtores como invasores. Não podemos resolver uma injustiça criando outra”, afirmou, em nota, Marcelo Bertoni, presidente da Famasul e da Comissão Nacional de Assuntos Fundiários da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil.
Confronto entre indígenas deixou 11 feridos
Neste final de semana, indígenas e agricultores entraram em confronto, deixando 11 indígenas feridos no município de Douradina, a 191 quilômetros de Campo Grande.
Os ruralistas confrontaram os Guarani-Kaiowá com balas de borracha. Algumas pessoas ficaram feridas, machucadas e sangrando.
Conforme apurou a reportagem, os agricultores anunciaram em suas redes sociais que os indígenas invadiram mais áreas em Douradina, além das sete reintegrações de posse que já estão dentro dos limites da Terra Indígena Lagoa Panambi.
Este é o segundo conflito entre indígenas e agricultores neste fim de semana. No sábado (3), outro ataque armado deixou dez indígenas Guarani-Kaiowá feridos em Douradina.
Dois indígenas ficaram em estado grave e foram levados ao Hospital da Vida, em Dourados. Um foi baleado na cabeça e outro no pescoço.
O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC) divulgou nota sobre a escalada de violência e ataques às comunidades indígenas Guarani-Kaiowá no Mato Grosso do Sul.
Segundo o MDHC, o coordenador-geral do Programa de Proteção aos Defensores, Comunicadores e Ambientalistas dos Direitos Humanos (PPDDH) chegou ao estado de Mato Grosso do Sul, neste domingo (4), para integrar a equipe coordenada pelo Ministério do Índio. Povos na resposta do Governo Federal aos ataques.
“Desde julho, o Ministério dos Direitos Humanos trabalha em coordenação com o Ministério dos Povos Indígenas, a Fundação dos Povos Indígenas (FUNAI), o Ministério da Justiça e Segurança Pública e outros órgãos na Sala de Situação instalada pelo Governo Federal, para prevenir e reprimir os ataques que as comunidades indígenas sofrem nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul. O MDHC continua negociando com o Ministério da Justiça e Segurança Pública para melhorar o uso da Força Nacional de Segurança Pública no controle de conflitos, proteção e defesa da vida das pessoas afetadas e respeito aos direitos humanos dos povos indígenas”, informou o MDHC por meio de nota indígena”, informou o MDHC por meio de nota.
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