Com chuvas abaixo da média e seca extrema, o nível do rio Paraguai continua caindo, registrou nesta sexta-feira (6) o medidor Ladário – 11 centímetros. Em Assunção, no Paraguai, a marca foi de -77 centímetros, batendo o recorde histórico da região em 121 anos de medição.
No dia 13 de maio, conforme relatado por Correio Estadualpela primeira vez na história, a Agência Nacional de Águas (ANA) declarou “seca” no Pantanal. Nesse período, a régua do Ladário, que serve de parâmetro, registrou apenas 1,44 metros, três centímetros abaixo do pico alcançado até então.
Durante reunião, na última sexta-feira (6), entre o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, representando Mato Grosso do Sul, e especialistas, foram apresentados dados sobre precipitações e níveis de rios, bem como bem como previsões para as próximas semanas.
Representantes do Centro Nacional de Monitoramento de Alertas e Desastres Naturais (Cemaden)o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Serviço Geológico do Brasil e o Operador Nacional do Sistema Elétrico.
O cenário é preocupante devido às chuvas abaixo da média e às altas temperaturas. Como destacou o secretário Jaime Verruck, o nível do rio Paraguai continua caindo. Veja os índices conforme marcações na régua de Ladário:
- Julho: – 74 centímetros;
- Agosto: – 17 centímetros;
- Setembro: – 11 centímetros (medição realizada em 06/09/2024).
Em Porto Murtinho, em um mês, a régua caiu de 169 centímetros para 128 centímetros. Com isso, a barragem da Usina Hidrelétrica de Manso, em Mato Grosso (MT), continua liberando água na tentativa de amenizar a situação do rio Paraguai, que continua em declínio devido à longa seca e às chuvas abaixo da média.
“O que fica claro, pelos dados apresentados, é que a situação sinaliza um aumento do nível crítico. Teremos chuva apenas a partir de outubro, ainda abaixo do esperado. Isto já tem consequências graves para atividades económicas importantes, como a agricultura e o transporte aquaviário, especialmente minerais, que estão praticamente suspensas e com restrições para outros setores”, disse Verruck.
Com o nível das águas baixo, o governo do Estado realiza obras de manutenção em alguns trechos do rio para garantir a navegabilidade. “O Governo do Estado e o DNIT aguardam autorização do Ibama para realizar essas obras em seis pontos abaixo do trecho sul”, acrescentou Verruck.
TRANSPORTE Aquaviário
Devido à falta de chuvas desde outubro do ano passado, o rio Paraguai demorou a subir no início do ano e caiu abaixo de um metro no final de junho. O nível máximo dois de apenas 1,47, ante 4,24 registrado no ano passado. Com isso, o volume transportado pela hidrovia despencou quase 50% no primeiro semestre.
Nos primeiros seis meses do ano passado, segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), foram transportadas 4,51 milhões de toneladas pelo rio Paraguai a partir dos portos de Corumbá e Porto Murtinho. No mesmo período deste ano, o volume caiu para 2,28 milhões de toneladas.
No primeiro semestre do ano passado, as exportações de minério de ferro geraram US$ 368,3 milhões para a economia local. Este ano, foram apenas 164,6 milhões, segundo dados do Gráfico de Situação do Comércio Exterior. Parte dessa queda na receita se deve à redução dos preços internacionais do minério, da ordem de 25% este ano.
DRAGAGEM
A partir do momento em que o rio desce abaixo de um metro na escala do Ladário, o transporte mineral fica praticamente suspenso. Agora, porém, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) promete iniciar as obras de dragagem até meados de setembro para manter o transporte durante todo o ano.
Segundo a superintendência regional do DNIT, no chamado Trecho Sul, entre Corumbá e Porto Murtinho, foram identificadas “18 etapas críticas e 15 etapas potencialmente críticas” que necessitam de intervenção.
Em alguns deles, as empresas de transporte são obrigadas a desligar os comboios e a ultrapassar os 16 barcos um a um, o que atrasa as viagens em mais de um dia, mesmo quando o rio está a cerca de 1,5 metros.
Ainda segundo o DNIT, “a dragagem de manutenção promove um novo arranjo do leito, retirando sedimentos de canal natural identificado e depositando-os dentro do próprio rio, em ponto que não ofereça riscos à navegação”.
Esta metodologia de trabalho, explica a superintendência, “visa não reduzir a altura da lâmina d’água, o que significa que a dragagem de manutenção não interfere no ciclo de transbordamento do rio”.
Intervenções semelhantes já foram realizadas no chamado trecho norte, entre Corumbá e Cáceres (MT), “há mais de 20 anos sob licença e acompanhamento anual do IBAMA, que emitiu pareceres afirmando que as atividades têm baixo impacto ambiental e que estes são provisórios e reversíveis”.
** Colaborou com Neri Kaspary
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