Após Relatório de Fiscalização Técnica realizada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), em maio deste ano, apontando que o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop) estava em estado “calamitoso e insustentável” . ”, a Prefeitura de Campo Grande respondeu que os problemas da unidade se devem às pessoas que usam o local como abrigo, e que acabam violando o patrimônio público.
Por meio de documento judicial em resposta ao pedido de tutela de urgência do MPMS em relação à situação do Centro Pop, a prefeitura informou que a maioria das pessoas atendidas no local “são usuárias de substâncias psicoativas e, em muitos casos, ingressam na unidade sob efeito de drogas, causando violação ao patrimônio público, bem como contra funcionários”.
Porém, somente após a denúncia ser feita pelo Ministério Público, a prefeitura informou que iria alocar um funcionário para cuidar do local e evitar danos.
“Para minimizar a depredação, bem como manter a higienização dos banheiros/lavanderias, haverá um servidor para zelar constantemente pela higienização dos banheiros/lavanderias públicos instalados na Unidade, mantendo-os sempre em adequado funcionamento e condições de higiene da população. desabrigados”, afirma o documento.
No entanto, as principais deficiências apontadas pelo MPMS incluem também a falta de higiene e a insuficiência de casas de banho no local, que dispõe apenas de duas unidades de higiene e necessidades pessoais, uma para homens e outra para mulheres, que são utilizadas diariamente por cerca de 120 pessoas.
O Ministério Público informa no relatório que o banheiro masculino encontrava-se em estado de calamidade, por falta de manutenção estrutural e limpeza, “causando a situação humilhante de quem frequenta o local ser obrigado a defecar no chão por falta de uma alternativa oferecida pelo Poder Público”. O banheiro feminino também estava em situação precária, com falta de manutenção estrutural nos sanitários e chuveiros.
No documento, a prefeitura aponta que o Centro Pop possui dois banheiros químicos, porém, essa iniciativa não foi constatada na fiscalização do MPMS, realizada em maio deste ano. Além disso, o executivo municipal informa ainda que está prevista a ampliação de mais dois sanitários químicos no local.
Entre as iniciativas relatadas pela Secretaria de Assistência Social (SAS), como medida de adequação do Pop Center, está a manutenção da unidade com substituição de chuveiros, sifões, torneiras e pinturas; a ampliação do número de casas de banho, três femininas e três masculinas, com três zonas balneares cada; revitalização da lavanderia e abertura do portão de entrada, que dará acesso direto à sala de serviço.
No Relatório Informativo, o SAS disse ainda que tentou alugar um imóvel adequado para a instalação do Centro Pop, porém, não encontrou local disponível na área central de Campo Grande, e por isso está trabalhando em construindo unidade própria, e o projeto já está na Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep).
MORADORES
Além de apontar que grande parte do problema se deve à depredação dos moradores de rua, que utilizam o Centro Pop como abrigo, o SAS destaca que realiza periodicamente manutenções no local, mas que representa um “grande desafio”, pois essas pessoas não têm sentimento de pertencimento à unidade e necessitam de “intervenção primária de saúde pública”.
“Após esse serviço de desintoxicação, o usuário teria condições físicas e mentais para receber atendimento e acompanhamento de outras políticas, incluindo a Assistência Social, bem como a articulação de Habitação, Emprego e Renda”, explica o documento.
A Secretaria de Assistência Social informou ainda que ampliou a Unidade de Acolhimento Institucional de Famílias e Adultos (UAIFA II) e aumentou o repasse para Organizações da Sociedade Civil (OSC) que acolhem pessoas, principalmente dependentes químicos.
“(SAS) ampliou o Co-financiamento para Organizações da Sociedade Civil (OSCs) de Acolhimento Institucional e Resgate Casa de Passagem, aumentando o valor do repasse por meta pactuada, e o número de vagas, bem como ampliou as vagas na Casa de Passagem São Francisco de Assis, e neste semestre firma parceria com as OSCs Casa de Passagem Nova Criatura, para atender demandas de acolhimento e reorganizou o Serviço Especializado de Abordagem Social (Mares)”, explica o ministério.
HISTÓRICO
Além dos problemas relatados nos banheiros, o documento do MPMS afirma que o Centro Pop não tinha acessibilidade para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, e a lavanderia da unidade ficou inundada, com “água suja e pútrida, por falta de drenagem adequada , o que fere inclusive as normas sanitárias exigidas pela ré (prefeitura) de todos os moradores”.
Todas as observações feitas em maio já haviam sido destacadas há seis anos, quando o Ministério Público realizou uma fiscalização no Centro Pop e constatou que ali não havia condições para um atendimento adequado à população, pois não dispunha de equipamentos de acessibilidade, como como rampas; falta de banheiros para atendimento ao público; falta de lavanderia para uso administrativo, entre outros problemas.
Em fevereiro de 2015, foi instaurado inquérito civil pelo MPMS para apurar o funcionamento do local. Desde fevereiro de 2018, o Centro Pop está instalado no local onde hoje está localizado e por isso foi realizada uma vistoria técnica em outubro do mesmo ano, quando foram confirmados uma série de problemas estruturais no local.
O Ministério Público Estadual afirma no documento que realizou “todos os esforços possíveis para resolver o impasse na esfera administrativa, porém, o município de Campo Grande, apesar de sempre ter prometido resolver o problema de forma espontânea, não cumpriu sua promessa, permitindo que o continuidade das deficiências apontadas, sempre alegando que realizaria um projeto de construção de uma nova sede para o Centro Pop”.
Descobrir
O Ministério Público condenou o município ao pagamento de R$ 1.314.000,00 por danos morais coletivos, em razão das “condições estruturais e falhas sanitárias degradantes e anti-higiênicas”, “falhas na prestação de serviços” e “falta de acessibilidade no local” que o Centro Pop atua há mais de seis anos
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