A pauta, que está em análise pelo STF desde o início deste mês, tem prazo de até 18 meses para ser aprovada.
Em avaliação no Senado, a Comissão de Meio Ambiente vota na primeira semana de julho o Estatuto do Pantanal, definido pelo PL nº 5.482/2020, de autoria do senador Wellington Dias (PL-MT). O assunto está na pauta dos senadores da Comissão, mas a votação foi adiada, após senadores pedirem mais tempo para estudar a proposta.
Isso ocorreu entre os senadores, após solicitação de visão coletiva, ou seja, os parlamentares pediram mais tempo para analisar melhor a pauta, antes de iniciar qualquer votação.
A situação no Pantanal de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul vem levantando um sinal de alerta no Senado. No início deste mês, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu 18 meses ao Congresso Nacional para aprovar a lei de proteção ao Pantanal.
O prazo foi definido após ação movida pela Procuradoria-Geral da República.
O relator da matéria, senador Jayme Campos (União-MT), se mostrou preocupado com o povo pantaneiro e afirmou que a proposta visa cuidar da população que vive na região pantaneira e se preocupa com o meio ambiente.
Projeto de Lei do Pantanal
No dia 12 deste mês, foi tramitado na Câmara dos Deputados o projeto de lei que cria legislação federal para preservação do Pantanal. Segundo o artigo, visa proteger, restaurar e utilizar o bioma para uso sustentável.
Segundo o texto, as medidas visam preservar o bioma em 13 capítulos da legislação. Entre os objetivos do projeto está o reconhecimento e o respeito social às culturas das comunidades indígenas e ribeirinhas.
Ainda de acordo com o projeto de lei, ele define a proteção da fauna silvestre, a restauração da biodiversidade e a conservação das nascentes do ecossistema pantaneiro.
No texto entregue à Câmara dos Deputados, prevê aumento de até 30% na recuperação de áreas degradadas no Pantanal até 2030.
A proposta também visa combater o desmatamento ilegal e os incêndios florestais que, ao longo dos anos, vêm destruindo o bioma e modificando as mudanças climáticas.
Tereza Cristina quer liderar discussão
Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a omissão do Congresso Nacional em relação à falta de uma lei federal para proteger o Pantanal. Com isso, os parlamentares terão 18 meses para aprovar legislação específica para o bioma. A senadora pelo Mato Grosso do Sul Tereza Cristina (PP) afirmou que quer estar à frente desse projeto.
O senador já integra a Subcomissão Permanente de Proteção ao Pantanal no Senado, criada este ano, que está elaborando o Estatuto do Pantanal, legislação federal sobre o bioma.
“O governo do estado já fez uma lei rígida sobre o Pantanal, e nós do Senado também estamos tratando do Estatuto do Pantanal. Então, faremos todos os esforços para elaborar legislação federal, conforme o STF julgar necessário”, disse o parlamentar ao Correio do Estado.
OUTROS PARLAMENTÁRIOS
Além de Tereza Cristina, outros parlamentares também demonstraram interesse em discutir o tema, como a deputada federal Camila Jara (PT).
“A decisão do STF foi muito acertada. Os biomas não podem continuar sem legislação. O Pantanal, apesar da legislação estadual, tanto no Mato Grosso quanto aqui no Mato Grosso do Sul, tem visto um aumento do desmatamento e das queimadas e vive uma perda crescente de superfície hídrica. Nosso mandato entende essa necessidade e essa urgência”, declarou.
“Estamos finalizando os detalhes da nossa proposta de lei, e o mais importante é que seja uma legislação que não retroceda em relação à legislação estadual”, acrescentou Camila Jara, por meio de sua assessoria.
Para o deputado Geraldo Resende (PSDB), é importante que a legislação nacional seja discutida, como foi o caso da Lei do Pantanal, que entrou em vigor este ano em Mato Grosso do Sul.
“A lei do Congresso Nacional é superior à lei feita no Estado. Aqui conseguimos algo inédito no Estado, que foi um consenso entre o setor agropecuário, ambientalistas, pequenos produtores rurais e agricultores pantaneiros. Então, temos que levar essa lei em consideração e usá-la para modelar o que será feito pelo Congresso, porque foi uma discussão ampla, e queremos que isso seja um modelo para o país em preservação. Assim, poderemos reproduzir o que o Estado fez”, pontuou o parlamentar.
Na mesma linha, o senador Nelsinho Trad (PSD) destacou a lei sul-mato-grossense e disse que ela deve ser levada em consideração na legislação nacional.
“No MS, sob a liderança do governador Eduardo Riedel, tivemos grandes avanços nessa questão da legislação ambiental para o Pantanal. Cumprimos o nosso dever, discutindo o Estatuto do Pantanal com dezenas de audiências públicas, possibilitando a participação dos interessados no governo Reinaldo Azambuja. Estamos mais avançados nessa discussão, vamos fazer valer todo esse trabalho produzido”, declarou Trad.
Para o deputado Marcos Pollon (PL), é importante que a nova lei respeite os produtores rurais do Pantanal.
“Apesar da interferência do Supremo no assunto e embora tenhamos vários dispositivos legais específicos para o Pantanal, é importante que a legislação seja eficaz na sua aplicação, de forma que respeite principalmente quem produz. O setor que mais preserva o meio ambiente no Brasil é o do agronegócio, que não tem culpa da degradação do Pantanal, como sempre diz a esquerda”, avalia Pollon.
Líder da bancada federal de Mato Grosso do Sul, o deputado federal Vander Loubet (PT) afirmou que “a lógica do STF não está errada. Nossa Constituição Federal tem três biomas definidos como patrimônio nacional: a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica e o Pantanal”.
“Acredito que, na questão do Pantanal, avançamos muito com a recente aprovação da lei estadual. Participei ativamente desse processo, atuando como intermediador e diálogo entre o governo do Estado e o Ministério do Meio Ambiente [e Mudança do Clima]. Contudo, uma lei federal certamente fortaleceria ainda mais a proteção do Pantanal. Infelizmente, o Congresso Nacional nunca demonstrou disposição em aceitar esta lei federal, daí a intervenção do STF, para apontar que houve esta omissão. Se isso nos ajudar a aprovar uma legislação federal para o Pantanal, será muito positivo”, disse Loubet.
Contudo, há quem ainda não tenha opinião formada sobre a nova legislação. O deputado federal Dagoberto Nogueira (PSDB) afirmou que aguarda a decisão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por considerar que esta decisão seria uma interferência do Supremo no Congresso Nacional.
“Essa lei que foi feita pelo governo do Estado foi feita em convênio com o Ministério do Meio Ambiente [e Mudança do Clima]Marina [Silva] e sua equipe participaram ativamente [da feitura da lei]. Foi feito pelo interesse das pessoas que moram no Pantanal, que têm propriedades lá, e pela questão ambiental, com todos os ambientalistas. Então, não sei o que isso pode mudar”, disse ela.
“Não sei qual será a reação de Lira sobre isso, porque o Supremo não pode impor isso ao Congresso, ainda mais dando prazo. Não sei se Lira vai cumprir essa ordem, se vai mandar discutirmos essa lei, criar uma comissão ou responder que isso é um problema do Congresso, não do Supremo”, finalizou Dagoberto.
A reportagem contatou toda a bancada federal de Mato Grosso do Sul, porém, os deputados Beto Pereira (PSDB), Luiz Ovando (PP) e Rodolfo Nogueira (PL) e a senadora Soraya Thronicke (Podemos) não responderam à reportagem até o fechamento do esta edição.
LEI ESTADUAL
A primeira Lei do Pantanal entrou em vigor no Mato Grosso do Sul em fevereiro deste ano. A discussão do projeto, realizada pelo governo do Estado, ocorreu no ano passado. A lei foi aprovada pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul em dezembro de 2023.
O texto foi elaborado com apoio do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas e a sanção contou com a presença da ministra Marina Silva.
A nova legislação determina, entre outras coisas, que nas propriedades rurais é necessário preservar 50% da área com formações florestais e de Cerrado. Em locais com formações rurais, o percentual é de 40%.
Descobrir
Votação no Supremo Tribunal Federal
Na votação desta quinta, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a omissão do Congresso. por 9 votos a 2. A questão foi decidida em ação movida pela Procuradoria-Geral da República (PGR), em 2021. Para a PGR, o Congresso encontra-se em estado de omissão ao não aprovar, desde a promulgação da Constituição de 1988, uma lei para proteger o bioma e regular o uso de seus recursos naturais.
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