Parlamentares receberiam R$ 1 milhão como pagamento por meio de imóveis de construtoras interessadas em alterações de projetos
Durante a votação na Câmara Municipal do veto do Executivo às alterações introduzidas no Projeto de Lei n. Pela Lei nº 11.274/24, o vereador Professor André Luís (PRD) denunciou que vereadores receberam propina de R$ 1 milhão de construtoras para “enterrar” o Plano Diretor de Desenvolvimento Ambiental Urbano (PDDUA) de Campo Grande, com alterações no texto que passaria afetar o uso do solo para construção de empreendimentos na zona de expansão urbana de Campo Grande.
Segundo o vereador André Luís, a denúncia partiu de uma pessoa que frequenta sua casa e seria muito séria e honesta, mas não citou nomes referentes à denúncia supostamente recebida.
“Essa pessoa me contou que as construtoras de Campo Grande foram coagidas a pagar R$ 1 milhão a um certo vereador, que não vou citar porque não sou frívolo, mas vou procurar provas, quando eu tiver a prova, eu apresento. para você, senhor presidente”, argumentou.
Segundo investigação do Correio do Estado com fontes que preferiram não ser identificadas, essa manobra teria envolvido mais de um vereador, pelo menos quatro, que receberiam como forma de pagamento imóveis no valor de R$ 1 milhão de construtoras nestes projetos que seriam construídos.
O vereador Papy foi o único parlamentar que se manifestou contra os vetos durante a sessão. Chegou a sugerir à Câmara das Leis opiniões sobre o projeto e declarou que na sessão de ontem o debate foi para especulação.
“Hoje o debate aqui levou para outro lugar, o que cria especulações e uma fantasia, de que isso [emendas propostas] haveria um incentivo para os parlamentares, isso é um tremendo absurdo. Temos um modelo fechado onde poucos conseguem empreender, o município não é contra o crescimento, é contra quem empreende”, afirmou Papy.
Apesar de não ter sido citado nominalmente na fala de André Luis, segundo informações obtidas pela reportagem, Papy disse aos colegas após a sessão que apresentaria denúncia contra o parlamentar.
“Fui surpreendido hoje com essa fala absurda do professor André, alguém por quem tenho tanta estima e admiração, isso é inaceitável no nosso meio, onde lutamos para dar credibilidade ao trabalho parlamentar e jogamos no lixo uma obra de uma história, de uma vida, minha e do Otávio [Trad]assim como o vereador Carlão, que são os autores dessas emendas”, iniciou Papy.
“Instruídos pelos meus advogados, me orientaram a registrar boletim de ocorrência, inclusive com alguns colegas que serão testemunhas, e farei representação ao Ministério Público exigindo a denúncia oficial do vereador, quem denunciou e qual vereador foi envolvido nesta denúncia, para que ele possa explicar e assim garantir meus direitos e proteger minha imagem de parlamentar”, finalizou o parlamentar.
VOTAÇÃO
Após reclamação de André Luís, os vereadores votaram e decidiram voltar atrás nas emendas e mantiveram todos os cinco vetos feitos pela Prefeitura de Campo Grande.
Em discussão e votação única, durante a 36ª sessão ordinária da Câmara, os parlamentares mantiveram o texto original do Projeto de Lei nº. 11.274/24, de autoria do Poder Executivo Municipal, que altera e acrescenta dispositivos à Lei nº. 6.795, que dispõe sobre a outorga onerosa para alteração do uso do solo na zona de expansão urbana (ZEU).
Em sua maioria, os vereadores entenderam como correta a decisão do Poder Executivo de vetar as alterações propostas pela Câmara Municipal. Dos cinco vetos mantidos, dois foram propostos pela mesa diretora da Casa de Leis, e as demais alterações foram criadas pelos vereadores Papy (PSDB), Otávio Trad (PSD) e André Luis (PRD).
A alteração mais sensível do Plano Diretor, que tratou da retirada do termo “contíguo” do inciso I do art. 4º, foi proposta pela mesa diretora da Câmara, e o nome do autor da mudança não foi citado pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB).
Esta seção dizia que um dos requisitos para transformar uma área de uso rural em urbano, dentro da zona de expansão, seria a “contiguidade ao perímetro urbano delimitado pelo PDUA”.
A proposta de eliminar a necessidade de novos empreendimentos serem construídos próximos ao perímetro urbano, determinada no Plano Diretor, significaria que as construções poderiam ser realizadas em qualquer área onde exista malha viária (rodovias, ruas e rodovias), dando espaço para a criação de subdivisões. estender-se além dos limites do perímetro e da expansão urbana.
ALTERAÇÕES
Durante a sessão, os vereadores André Luís e Papy pediram a palavra para defender a permanência de suas emendas no projeto.
Segundo o vereador André Luís, a sua alteração defendeu a construção de novos bairros em torno de condomínios criados fora do perímetro urbano, desde que já tenham garantida a infraestrutura necessária.
“Fiz essa alteração justamente para evitar essa bagunça que Campo Grande está hoje, o que acontece no Noroeste, que é um bairro que tem 62 anos e não tem asfalto nem calçada, distorcendo o que o Plano Diretor estabelece”, disse André Luis.
Sobre os vetos das demais emendas, o vereador concordou com a decisão da prefeitura de bloquear alterações no projeto.
“O prefeito tem toda razão quanto aos vetos, porque acabam completamente com o que o Plano Diretor estabelece. Campo Grande tem 40% de áreas desocupadas, temos que pensar no trabalho sério do Planurb. Não podemos provocar a expansão do território nem provocar uma verticalização inadequada como está acontecendo hoje em Campo Grande”, acrescentou.
O vereador Papy afirmou em entrevista que sua proposta era dividir a área do projeto, de forma que ficasse entre a área de expansão e o perímetro urbano.
“A proposta era, por exemplo, autorizar que os condomínios ficassem 70% no perímetro urbano, e 30% na área de expansão onde seria aplicada a outorga onerosa. Então, você poderia separar o seu cadastro, uma parte do projeto ficaria sujeita a uma regra mais rígida, e a outra, a uma regra mais flexível”, disse Papy.
Segundo o vereador, as alterações propostas por ele defendem a iniciativa privada.
“As alterações que propus não mudariam nada no projeto e não ofenderiam o Plano Diretor. Entendo que existem dois tipos de pensamentos e especialistas, mas defendo o crescimento do investimento privado, para a cidade crescer”, declarou.
Descobrir
A outorga onerosa, de que trata o próprio projeto, é uma espécie de taxa, em que os empreendimentos que pretendem se instalar na zona rural da cidade, fora do perímetro urbano, devem pagar ao município.
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