Um dia depois do Banco Central (BC) interromper o ciclo de queda da taxa Selic, dos juros básicos da economia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a decisão. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa em 10,5% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas financeiros.
“Foi uma pena o Copom ter mantido isso, porque quem perde com isso é o Brasil, o povo brasileiro. Quanto mais pagamos de juros, menos dinheiro temos para investir aqui”, disse Lula em entrevista à rádio Verdinha, de Fortaleza, onde tem programação nesta quinta (20).
O presidente também criticou o pagamento, via Orçamento, de despesas financeiras com juros da dívida pública e renúncias fiscais.
“Temos a possibilidade de ter [este ano] um déficit de R$ 30 bilhões, R$ 40 bilhões. Aí eu olho o outro lado da folha que eles me apresentam, só de juros, no ano passado pagamos R$ 790 bilhões. Só na desoneração tributária, deixamos de receber R$ 536 bilhões. Por que você não transforma a taxa de juros que pagamos em uma despesa?” perguntou o presidente. Pelas regras atuais, as despesas financeiras com juros de dívidas não estão sujeitas a contingências.
“Não vejo o mercado falando dos sem-abrigo, dos catadores de papel, não vejo o mercado falando dos desempregados e das pessoas que precisam do Estado. Quem precisa do Estado são os trabalhadores, a classe média, que são quem paga impostos neste país”, insistiu o presidente durante a entrevista.
Lula também criticou a autonomia do BC, que por lei garante mandatos aos seus dirigentes.
“Fui presidente por 8 anos. O Presidente da República nunca interfere nas decisões do Copom e do Banco Central. Ó [Henrique] Meirelles [ex-presidente do BC] Eu tinha tanta autonomia comigo quanto esse cara tem [Roberto Campos Neto] de hoje. Mas o Meirelles foi um cara que eu tive o poder de tirar, como Fernando Henrique Cardoso tirou tantos, como outros presidentes tiraram tantos. Aí resolveram entender que era importante colocar alguém que tivesse um Banco Central independente, que tivesse autonomia. Agora, autonomia de quem? Autonomia para servir quem, para servir quem?”
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