O Brasil tinha 9,4 milhões de empresas ativas em 2022. Porém, sete em cada dez dessas empresas não tinham trabalhadores assalariados, ou seja, havia apenas o proprietário ou sócios. Os dados são do Cadastro Central de Empresas (Cempre) referentes a 2022, divulgados nesta quinta-feira, 20, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No universo total das empresas ativas, 6,6 milhões não tinham empregados assalariados, 69,6% delas, e os restantes 2,9 milhões tinham trabalhadores assalariados, uma participação de apenas 30,4%.
“Devido a mudanças metodológicas relacionadas às fontes de informação, a divulgação de 2022 do Cempre traz uma quebra na série histórica iniciada em 2007 e encerrada em 2021. Ou seja, os resultados de 2022 não são comparáveis aos anos anteriores”, reforçou o IBGE, em observação.
Em 31 de dezembro de 2022, as empresas e outras organizações formais atuantes no país empregavam 63,0 milhões de pessoas, que receberam R$ 2,3 trilhões em salários e outras remunerações. As empresas sem empregados empregavam 8,4 milhões de sócios e proprietários, enquanto as com empregados empregavam outros 54,3 milhões de pessoas, das quais 50,2 milhões eram empregados e 4,1 milhões eram sócios e proprietários.
As empresas com pessoal assalariado pagaram R$ 2,28 trilhões em salários, enquanto as demais sem assalariados no final de 2022 (mas que podem ter contratado durante o ano) totalizaram R$ 8,6 bilhões em salários.
O salário médio nas empresas ativas era de R$ 3.542,19 em 2022: R$ 3.548,12 ou 2,9 salários mínimos naquelas com empregados assalariados; e R$ 2.454,36, ou 2,0 salários mínimos naqueles que não tinham empregados.
Menos de 1% das empresas com mais da metade dos funcionários
A maioria das empresas com empregados empregava de 1 a 9 pessoas, 76,8% das empresas ativas. No sentido inverso, apenas 0,8% das entidades empregavam 250 pessoas ou mais, porém concentravam 50,1% do pessoal ocupado total, 54,1% dos assalariados e 69,3% dos salários pagos.
No contingente de assalariados, 54,7% eram homens e 45,3% eram mulheres. Os homens recebiam um salário médio mensal de R$ 3.791,58, salário 17,0% superior ao das mulheres, de R$ 3.241,18.
A atividade de reparação de veículos automotores e motocicletas concentrou o maior número de empresas (29,1%), pessoal ocupado total (21,0%) e pessoal ocupado assalariado (19,0%), mas ficou em terceiro lugar em termos de pagamento de remuneração total (13,0%) .
A participação dos homens foi mais elevada na Construção (87,6% dos empregados do sector), Indústrias Extractivas (84,2%) e Transportes (81,7%), enquanto as mulheres eram maioria na Saúde humana e Serviços sociais (74,8%), Educação (67,3%) e Alojamento e alimentação (57,2%).
Quanto à escolaridade, 76,6% dos colaboradores não possuíam ensino superior, contra 23,4% com ensino superior. Os empregados sem ensino superior receberam R$ 2.441,16, enquanto os trabalhadores com ensino superior receberam, em média, R$ 7.094,17.
Os trabalhadores com ensino superior eram maioria apenas nos segmentos de Educação (64,3%) e de atividades financeiras, seguros e serviços relacionados (60,6%). A maioria dos empregados sem formação superior trabalhava no alojamento e alimentação (96,1%), na agricultura, pecuária, produção florestal e aquicultura (94,1%) e na construção (92,6%).
Unidades locais
As empresas e outras organizações ativas tinham 10,6 milhões de unidades locais em 2022, 7,4 milhões delas sem empregados. A Região Sudeste concentrava 51,6% das unidades locais do país, 5,5 milhões, das quais 1,5 milhão não tinham empregados.
O Sudeste também concentrava o maior número de pessoas ocupadas, 31,1 milhões (49,5% do total), e de trabalhadores assalariados, 24,5 milhões (48,9%). A região também pagou a maior massa de salários e vencimentos, R$ 1,2 trilhão (52,8%).
O maior salário médio mensal estava no Centro-Oeste, 3,3 salários mínimos, seguido pelas regiões Sudeste (3,2 salários mínimos), Sul (2,8 salários mínimos), Norte (2,7 salários mínimos) e Nordeste (2,3 salários mínimos).
Entre as Unidades da Federação, o Distrito Federal apresentou o maior salário médio mensal, 4,9 salários mínimos, seguido pelo Amapá (3,5 salários mínimos), São Paulo (3,4 salários mínimos) e Rio de Janeiro (3,3 salários mínimos). Os menores salários foram observados na Paraíba e em Alagoas (2,2 cada).
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