Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2023, dos 100,7 milhões de pessoas ocupadas, 8,4% (8,4 milhões de pessoas) eram sindicalizados. Essa parcela é praticamente metade da registrada em 2012, quando 16,1% dos trabalhadores eram sindicalizados.
A reforma trabalhista de 2017, que criou modelos de trabalho mais flexíveis, e a crescente utilização de trabalhadores temporários na administração pública são apontados pelo IBGE como fatores que explicam a queda da participação da sindicalização no mercado brasileiro num momento de crescimento do emprego formal.
O número de trabalhadores com carteira assinada bateu recorde em 2023, mesmo assim, a participação dos sindicalizados no total de ocupados caiu em relação a 2022, quando era de 9,2%.
Na administração pública, a proporção de sindicalizados passou de 24,5% em 2012 para 15,8% em 2022 e apenas 14,4% no ano passado.
O IBGE também chamou a atenção para a queda mais acentuada da filiação sindical entre os jovens. Na faixa etária de 18 a 24 anos, a população ocupada caiu 8,7% no Brasil — refletindo tanto os efeitos demográficos, como o envelhecimento dos brasileiros, quanto o avanço da educação, que leva os jovens a ingressarem mais tarde no mercado de trabalho.
No mesmo período, o número de trabalhadores sindicalizados nesta faixa etária caiu 73,4%.
“Em geral, essa população mais jovem ingressa no mercado de trabalho por meio de vínculos mais fracos, muitas vezes de forma informal, ou em empregos intermitentes, com maior rotatividade, o que leva a menos associações”, explica Adriana Beringuy, coordenadora da Pesquisa Domicílios do IBGE.
Com o crescimento de 205 mil pessoas em 2013, o total da população empregada associada a sindicatos começou a diminuir nos anos seguintes, embora o nível de emprego tenha começado a subir.
“A redução da percentagem de sindicalizados intensificou-se em 2017, ano em que entrou em vigor a nova legislação laboral e que coincide bem com esta variação mais pronunciada”, afirma William Kratochwill, gestor de investigação.
Aprovada pelo governo do ex-presidente Michel Temer, a Reforma Trabalhista criou novos modelos de contratação, como o trabalho intermitente, e acabou com a obrigatoriedade das contribuições sindicais.
Os dados do IBGE também chamam a atenção para a queda na sindicalização dos trabalhadores da indústria: eram 21,3% do total em 2012. No ano passado, essa participação caiu para 10,3%.
Veja também
cassinos
Jogos de azar: Lula diz que sancionará projeto que libera cassinos
Brasil
Intenções de consumo das famílias crescem pelo terceiro mês
empréstimo itaú pessoal
divida banco pan
refinanciamento de empréstimo consignado bradesco
taxas de juros inss
empréstimo de valor baixo
simulador de empréstimo consignado banco do brasil
quitar emprestimo fgts banco pan