Levantamento feito pela empresa especializada Ipsos indica que 69% dos brasileiros são a favor de uma maior tributação das grandes fortunas concentradas pelos chamados “super-ricos”. O percentual de apoio do país está muito próximo da média do G20, 68%.
O G20 é um grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia e a União Africana. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) costuma defender o aumento da carga tributária sobre as grandes fortunas em nível global.
Leia abaixo os resultados da pesquisa para o Brasil:
A Ipsos entrevistou 22 mil participantes com idades entre 18 e 75 anos em 22 países. Inclui 18 nações do G20, mais 4 fora do G20 (Áustria, Dinamarca, Quénia e Suécia). Todas as entrevistas foram realizadas online e foram realizadas de 5 de março de 2024 a 8 de abril de 2024.
O Brasil tem a 7ª maior taxa de apoio entre os 18 países entrevistados na pesquisa Ipsos. Os países com maiores taxas de apoio ao aumento da carga tributária são:
- Indonésia – 86%;
- Turquia – 78%;
- Reino Unido – 77%.
Aqueles com os níveis mais baixos são:
- Arábia Saudita – 54%;
- Argentina – 54%
- Japão – 58%.
Leia a classificação:
“Este inquérito prova mais uma vez que a maioria dos cidadãos dos países do G20 acredita que é hora de uma economia que proporcione maior bem-estar, mais soluções climáticas e menos desigualdade. Mas os resultados também mostram falta de confiança no governo, especialmente na Europa.”diz Sandrine Dixson-Declève, presidente executiva da iniciativa Earth4All, que fez parceria para realizar a pesquisa.
Os defensores da tributação costumam dizer que o dinheiro arrecadado com o mecanismo poderia ser usado para ações socioambientais, como a prevenção de desastres naturais.
A pesquisa indicou que a população quer responsabilizar os governos por soluções como essa. Segundo a pesquisa, 81% dos brasileiros acreditam que é necessário tomar ações rápidas para reduzir as emissões de carbono. A média do G20 é de 71%.
EMPRESAS
Ao considerar as grandes fortunas das empresas, a Ipsos também indicou que os brasileiros são a favor do aumento da arrecadação de impostos. A taxa de aprovação das empresas é a mesma dos super-ricos, de 69%.
Os países que mais apoiam a tributação das grandes empresas são:
- Indonésia – 82%;
- Quênia – 81%;
- Índia – 78%;
- Turquia – 78%.
Aqueles com menor aprovação são:
- Japão – 50%;
- Arábia Saudita – 55%;
- Itália – 56%.
Leia o classificação complete abaixo:
HADDAD A FAVOR
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defende a tributação dos super-ricos. Ele já fez diversas declarações a favor da proposta.
Haddad argumenta que a tributação em escala nacional não seria eficaz e traria muitos conflitos de interesses. “Se algum país pensar que vai resolver sozinho este tipo de injustiça, será prejudicado por uma espécie de guerra fiscal que existe entre os estados nacionais”, declarado em abril.
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Em junho, o chefe do Tesouro reuniu-se com o Papa Francisco no Vaticano para discutir o assunto. Ele busca apoio internacional para aprovar a tributação.
Mas há um impasse. Os países ricos tendem a ser contra este mecanismo. Eles têm mais influência no cenário internacional que o Brasil.
A pesquisa da Ipsos mostra essa percepção. Embora a maioria das populações dos países seja a favor da criação de um novo imposto, os países ricos têm menos apoio.
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