Por Fabrício de Castro
SÃO PAULO (Reuters) – As taxas DI fecharam o dia em baixa firme, pela terceira sessão consecutiva, dando continuidade ao mais recente movimento de retirada de prêmios da curva a termo e em linha com a busca global por ativos de maior risco nesta segunda-feira, o um dia antes da divulgação da ata do Copom.
No final da tarde, a taxa DI (Depósito Interbancário) de janeiro de 2025 – que reflete a política monetária no curtíssimo prazo – estava em 10,56%, ante 10,603% do reajuste anterior. A taxa DI para janeiro de 2026 foi de 11,105%, ante 11,154% do reajuste anterior, enquanto a taxa de janeiro de 2027 foi de 11,455%, ante 11,52%.
Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 foi de 12,98%, ante 12,063%, e o contrato de janeiro de 2033 foi de 12%, ante 12,085%.
Desde a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na última quarta-feira, as taxas futuras vêm caindo no Brasil, com o mercado reagindo positivamente ao fato do colegiado ter decidido manter a taxa Selic em 10,50% ao ano. ano, por unanimidade.
Para o mercado, a decisão unânime afasta um pouco o risco de um Copom mais tolerante com a inflação a partir de 2025, quando o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, já terá sido substituído.
Nesta segunda-feira continuou o movimento de retirada de prêmios, favorecido ainda pela busca por ativos de maior risco no exterior.
“Aqui no Brasil houve até uma nova rodada de piora nas expectativas de inflação, segundo o Focus (relatório), mas ela está se desvalorizando frente às moedas emergentes. Parece haver um apetite maior por risco, com alocação de capital em países emergentes”, comentou Luciano Rostagno, estrategista-chefe e sócio da EPS Investimentos. “A semana começou com um clima mais calmo.”
Pela manhã, o Focus mostrou que a mediana das projeções de inflação do mercado para 2024 subiu de 3,96% para 3,98% e para 2025, de 3,80% para 3,85%. No caso de 2026, porém, a projeção foi mantida em 3,60%.
Apesar do Focus, as taxas do DI permaneceram baixas na primeira hora de negociação, enquanto os rendimentos do Tesouro no exterior oscilaram muito próximos da estabilidade.
Os investidores também estavam ajustando posições antes da ata da última reunião do Copom, a ser divulgada na terça-feira. O documento trará mais detalhes sobre a decisão unânime em relação à Selic e as perspectivas da política monetária nos próximos meses.
Perto do fechamento, a curva de preços indicava 87% de chance de manutenção da taxa Selic em 10,50% na próxima reunião do Copom, em julho. Houve mais 13% de probabilidade precificada no sentido de o colegiado conseguir aumentar a Selic em 25 pontos-base. Na sexta-feira, os percentuais eram de 88% e 12%, nesta ordem.
Às 16h35, o – referência global para decisões de investimentos – caía 1 ponto base, para 4,244%.
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