O dólar voltou a subir e fechou a R$ 5,454 nesta terça-feira (25), alta de 1,17%, com investidores acompanhando a divulgação da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) e em meio ao mau humor externo, após comentários mais duros de um funcionário do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) sobre o futuro da política de taxas de juros dos EUA. De acordo com a ata divulgada nesta terça-feira, o Copom avaliou que o cenário de inflação tornou-se mais desafiador, com aumento nas projeções de médio prazo, mesmo condicionado a uma taxa de juros mais alta. “Concluiu-se por unanimidade que havia necessidade de uma política monetária mais contracionista e mais cautelosa, de forma a reforçar a dinâmica desinflacionista”, disse, consolidando o tom cauteloso da sua última decisão. No exterior, os títulos do Tesouro dos EUA, os chamados “treasuries”, subiram, impulsionados principalmente pelas declarações da diretora do Fed, Michelle Bowman. Dados mais fortes sobre a atividade econômica do país também contribuíram para o movimento. Nesta sessão, o dólar recuperou força após perdas generalizadas na véspera. O índice DXY — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis moedas — subiu 0,11% no final da tarde. Na segunda-feira (24), o dólar encerrou o dia vendido a R$ 5,3904, queda de 0,94%, após ter atingido na última quinta-feira seu maior valor nominal de fechamento em quase dois anos. No cenário doméstico, o foco foi a ata do Copom, onde as autoridades elaboraram pontos levantados na semana anterior, reiterando uma postura cautelosa diante de um ambiente global incerto e de um cenário doméstico marcado pela resiliência da atividade, aumento das projeções de inflação e expectativas. não ancorado. A postura do BC atraiu críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na semana passada, o que, junto com as preocupações do mercado com as contas públicas brasileiras, impulsionou o dólar no Brasil. Sobre a ata, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que o documento mostra que os membros do colegiado estão sintonizados em suas avaliações. “Esta ata é uma reafirmação e incorporação da coesão que temos aqui [do BC], de visões e leituras sobre o que está acontecendo”, disse Galípolo, em videoconferência promovida pela Warren Investimentos, duas horas após a divulgação do documento da autoridade monetária. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a ata transmite a ideia de que há é uma interrupção no ciclo de cortes dos juros básicos para avaliar os cenários interno e externo “A postura do Copom é vista como vital para contrabalançar a postura esbanjadora do governo. Os juros persistentemente elevados, porém, pesam sobre a Bolsa brasileira, pois desestimulam o fluxo de capitais da renda fixa para a renda variável, o que levaria à alta das ações e, com elas, do índice”, afirma Felipe Castro, planejador financeiro e sócia da Matriz Capital No exterior, Michelle Bowman, do Fed, reiterou sua opinião de que manter as taxas de juros estáveis “por algum tempo” provavelmente será suficiente para controlar a inflação, mas também citou sua disposição de aumentar as taxas se necessário. nos EUA continua elevado, e ainda vejo vários riscos de aumento da inflação que afetam minhas perspectivas”, disse Bowman em evento em Londres. ativos de renda e países emergentes Nesse cenário, o Ibovespa caiu 0,24%, aos 122.331 pontos, quebrando uma sequência de ganhos consecutivos. Os índices S&P 500 e Nasdaq, porém, conseguiram se manter em alta, apoiados principalmente pelas big techs. Esta semana, os investidores ainda voltarão suas atenções para a divulgação de novos dados de inflação no Brasil e nos EUA, em busca de sinais sobre o processo de controle de preços em nível global. *Informações da Folhapress
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