Em todo o mundo, 78% dos bancos já estão a implementar pelo menos um projeto que utiliza inteligência artificial (IA) para acelerar as operações e interagir com os clientes, de acordo com o IBM Institute for Business Value (IBV).
O estudo, ao qual o Estadão/Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) teve acesso exclusivo, foi publicado no Febraban Tech, evento que começou nesta terça-feira, 25, em São Paulo e está marcado até esta quinta-feira, 27.
Segundo o estudo, na América Latina os bancos têm quatro objetivos principais com a implementação da tecnologia: aumentar o envolvimento do cliente (31%); aumentar as operações de risco, conformidade e segurança (25%); aumentar a produtividade em recursos humanos, marketing e compras (também 25%); e desenvolvimento na área de tecnologia da informação (19%).
No encontro, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, definiu a inteligência artificial como uma ferramenta que deve transformar a economia global. “Precisamos reconhecer que a IA não é apenas uma ferramenta, mas uma força que muda os negócios, os empregos e a forma como nos relacionamos com o mundo”, disse ele.
Confira, a seguir, destaques dos bancos participantes do debate de ontem:
Itaú
Em debate com outros diretores de bancos, o presidente do Itaú, Milton Maluhy, lembrou que a inteligência artificial é um “meio, não um fim em si”, e destacou que todos os dados do maior banco privado da América Latina já estão na nuvem – garantir o armazenamento e processamento de uma quantidade gigantesca de dados, processo necessário para um sistema artificialmente inteligente. O banco é a terceira empresa que mais utiliza o GitHub da Microsoft, serviço para desenvolvedores
“Neste momento, seremos capazes de capturar o máximo benefício da IA”, disse Maluhy. Para ele, é preciso criar valor para o cliente e simplificar processos, e isso pode ser feito com a ajuda da IA.
Bradesco
O presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, defendeu investimentos em pessoas e a contratação de profissionais cada vez mais qualificados em tempos de avanços na inteligência artificial.
“Queremos ter 60 mil funcionários utilizando BIA com IA generativa este ano”, afirmou. “Aceleramos as contratações em tecnologia e investimos no futuro”, disse Noronha. “Acredito que a inteligência artificial mudará o mundo.”
Noronha disse que o banco já possui 50 iniciativas generativas de inteligência artificial, tecnologia que permite a interação com vídeos, áudios e textos. Mas, ao investir em IA, destacou a preocupação de que as ferramentas dessa tecnologia “não tenham alucinações”, trazendo riscos aos clientes ou ao sistema. “Os bancos estarão bem posicionados com IA responsável à medida que abordam os riscos.”
Santander
No mesmo debate, o presidente do Santander, Mário Leão, disse que o banco quer ter um copiloto de inteligência artificial na consultoria de investimento para agentes independentes. “Esperamos ter um copiloto de IA atendendo o canal remoto até o final do ano”, disse o diretor, destacando que, nesta tecnologia, o foco está no desenvolvimento de código.
O presidente do Santander também abordou a questão ambiental. Ele afirmou que a visão sobre o risco climático precisa mudar de patamar após a tragédia com as fortes chuvas no Rio Grande do Sul. No banco espanhol, existe a crença de que ESG, sigla em inglês para critérios sustentáveis, sociais e de governança, é um negócio, além de posicionamento institucional. “Temos que ajudar a neutralizar cadeias produtivas”, disse, durante evento
Banco do Brasil
O maior banco público do Brasil planeja usar inteligência artificial generativa para fornecer recomendações financeiras a pequenas empresas. A tecnologia será inserida na plataforma do Banco do Brasil destinada à gestão do caixa desses clientes, que conta com cerca de 140 mil usuários, e que também permite a gestão de contas de outras instituições.
“Usando IA generativa, estamos acelerando esse processo (de recomendação), automatizando e entendendo como o cliente funciona”, disse Luciana Barbosa, gerente executiva de clientes MPE, ao Estadão/Broadcast.
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