Os principais temas foram oportunidades de negócios e investimentos na América Latina. Mas os temas que dominaram as conversas entre cinco ex-presidentes da região foram os avanços dos movimentos autoritários e os novos riscos para a democracia. Em evento promovido por empresários sauditas no Rio de Janeiro, Felipe Calderón (México), Laura Chinchilla (Costa Rica), Alberto Fernández (Argentina), Jorge Quiroga (Bolívia) e Juan Manuel Santos (Colômbia) chamaram a atenção para novos movimentos políticos e social.
Para o ex-presidente Fernández, a crescente percepção das desigualdades de renda e de acesso aos benefícios sociais incentivou parte da população latina a seguir caminhos contrários às instituições democráticas. No que parecia ser uma referência implícita ao mandato do atual presidente argentino Javier Milei, que é de extrema direita.
“O que estamos vendo agora é uma crise de política e de valores democráticos. Eu tenho uma explicação. Durante a pandemia, durante a produção de vacinas, ficou claro que a maior parte iria para o Norte Global. No Sul, muitas pessoas começaram a perder a fé no sistema e a perceber que poucas pessoas possuem a maior parte da riqueza global. Com a diferença na proporção de mortes entre as regiões, existe essa maior noção de injustiça na destruição de renda no mundo. Há uma crise de credibilidade social na democracia. E estes momentos inesperados na política expressam o desejo de destruir a democracia”, disse Fernández.
O ex-presidente da Costa Rica entende que, apesar de ser facilmente identificado na América Latina, o problema da democracia hoje é global. Há uma perda geral de fé nos líderes e nas instituições.
“Devemos pensar na democracia não apenas como um conjunto de regras que devemos seguir, mas também como um sistema que precisa de ser capaz de satisfazer e responder às exigências dos cidadãos. Não fazemos o nosso melhor para atender às necessidades de alguns. Precisamos abrir espaço para uma maior participação das pessoas. A partir dos resultados eleitorais na América Latina, pode-se dizer que as pessoas adoram votar, mas protestam cada vez mais. Perceberam que é necessário ir além do tipo de democracia que temos hoje, em direção a algo mais participativo. Devemos incentivar a juventude a ter um papel maior neste processo”, afirmou Laura Chinchilla.
Felipe Calderón, antigo presidente do México, reforçou que as populações e os líderes devem estar mais atentos aos valores humanos e sociais da região, em vez de se concentrarem excessivamente nas riquezas naturais e na exploração económica.
“A América Latina, em geral, gosta de sonhar com recursos naturais e matérias-primas. Antigamente falávamos sobre petróleo, agora sobre lítio. Não acredito que o futuro do nosso desenvolvimento dependa dos recursos naturais. O nosso futuro e o progresso das nações dependem do Estado Democrático de Direito. Precisamos aprender esta lição em todos os lugares. Compreender que o desenvolvimento só pode acontecer desta forma”, disse Calderón.
O ex-presidente boliviano Jorge Quiroga abordou o tema quando questionado sobre as mudanças climáticas e os novos desafios geopolíticos do planeta. Para ele, nenhum tipo de progresso será possível com posições autoritárias e isoladas dos países.
“O avanço das mudanças climáticas traz uma perspectiva muito perigosa para o mundo. Existem problemas existenciais, o risco de guerra atômica, pandemias, inteligência artificial. Para lidar com isso, é necessária a cooperação entre os países. Mandela costumava dizer que a arma mais poderosa é sentar e conversar. Os líderes mundiais que podem mudar o que está a acontecer não falam entre si. A hora é agora. É urgente que os países do G20 comecem a agir, financeira e politicamente”, disse Quiroga.
Juan Manuel Santos foi ex-presidente da Colômbia e ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 2016, pela negociação de um acordo com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). Preferiu centrar a análise no papel que as autoridades de cada país devem desempenhar para que haja paz e democracia.
“Tive uma experiência única como líder em diferentes momentos de guerra e de paz. Fazer a guerra é algo vertical, poder dar ordens, reunir forças e, se vencer, está tudo bem. Na paz a liderança é diferente, precisa de persuasão, convencimento, empatia com as pessoas. Isto é muito mais difícil do que travar uma guerra. É necessário ter uma visão de longo prazo. O que o mundo precisa? De líderes preocupados com um futuro maior e não apenas com as eleições”, disse Santos.
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