O presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmannatribuiu a culpa pelos incêndios no país ao ex-presidente JairBolsonaro (PL).
Em postagem nas redes sociais nesta quinta-feira, 19, o líder partidário citou cortes do governo anterior em verbas destinadas ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Ela também citou a frase dita pelo ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles sobre “passar o rebanho” com a flexibilização das leis ambientais.
As declarações de Gleisi acontecem num momento em que o governo Lula é criticado pela oposição por causa dos incêndios. “Bolsonaro é o maior responsável pela explosão de incêndios, pelo desmatamento e pelo desmantelamento de nossas leis e defesas contra desastres climáticos”, afirmou, em vídeo publicado no Instagram.
O petista destacou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta terça-feira, 17, um conjunto de ações de combate aos incêndios no país e se reuniu com representantes dos outros dois Poderes para discutir o assunto.
“Ele (Bolsonaro) cortou mais da metade dos recursos do Ibama e do ICMBio e se gabou de não ter feito concurso para novos funcionários”, acrescentou Gleisi. O presidente do PT também traçou um paralelo com a atuação do governo Bolsonaro na pandemia da Covid-19 e disse que o país, naquele momento, tinha um “negacionista” no comando do Palácio do Planalto.
O líder do partido de Lula afirmou que Bolsonaro incentivou o garimpo ilegal e a invasão de terras indígenas.
“E quando o ministro da destruição ambiental falou em passar a boiada na legislação ambiental, enquanto a atenção estava na Covid, lembra?”, destacou Gleisi, em referência às declarações de Salles durante reunião ministerial no dia 22 de abril de 2020.
O vídeo da reunião foi divulgado, na época, pelo então ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello, no âmbito da investigação sobre suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal (PF).
Gleisi relembrou o episódio conhecido como “Dia do Fogo”, ocorrido em 2019, quando produtores rurais da Região Norte realizaram ações conjuntas para atear fogo em áreas da Amazônia. O presidente do PT disse que é preciso investigar quem pratica “terrorismo ambiental” e sugeriu uma relação entre incêndios criminosos e ataques antidemocráticos no país.
“É impossível ignorar que o cartaz que convocava a manifestação antidemocrática do 7 de Setembro dizia exatamente isso: vai pegar fogo. para desferir um golpe na democracia, é capaz de tudo para impor a sua política”, declarou.
Na terça-feira, Lula se reuniu no Planalto, para discutir os incêndios, com os presidentes do STF, Luís Roberto Barroso, do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em além do procurador-geral da República, Paulo Gonet, e dos ministros Marina Silva (Meio Ambiente e Mudanças Climáticas), Rui Costa (Casa Civil), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social), Alexandre Padilha ( Relações Institucionais), Nísia Trindade (Saúde), Jorge Messias (Procurador-Geral da União) e Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública).
Em discurso no encontro, Lula admitiu que o Brasil “não estava 100% preparado” para combater os incêndios. “Ela (a natureza) resolveu nos dar uma lição dizendo o seguinte: olha, ou você cuida bem de mim, ou não sou obrigado a aguentar tanta irresponsabilidade, tantas coisas erradas, equivocadas que o ser humano está fazendo” , ela declarou.
No mesmo dia, Lula anunciou R$ 514 milhões para ações emergenciais de combate às queimadas e à seca que atinge grande parte da Região Norte e da Amazônia Legal.
A abertura de crédito ao Orçamento da União, que será feita por meio de Medida Provisória (MP), será direcionada a diversos ministérios e autoridades para investigação de incêndio criminoso, combate a focos de incêndio e atendimento à população atingida.
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