Nesta quarta-feira (19), em votação simbólica na Comissão de Educação e Cultura do Senado, foi aprovado o projeto de lei que institui alterações no Novo Ensino Médio. O texto foi enviado pelo governo ao Congresso em outubro do ano passado e aprovado pelo Câmara dos Deputados em março deste ano.
Agora, o projeto com as alterações segue para análise no plenário do Senado, com pedido de urgência. Caso a proposta seja aprovada com as alterações, o texto deverá retornar à Câmara dos Deputados para nova votação.
“As mudanças previstas poderão impactar a aprendizagem de cerca de oito milhões de alunos que cursam os três últimos anos do ensino básico, bem como de futuros alunos do ensino médio”, destacou texto divulgado pelo Senado.
As mudanças no Novo Ensino Médio previstas no projeto incluem a ampliação da carga horária e o fortalecimento do ensino básico geral. A senadora professora Dorinha (União-TO), relatora do texto, retomou as 2.400 horas para disciplinas obrigatórias, deixando as outras 600 horas para o chamado itinerário formativo, ou seja, a parte flexível do currículo.
Para alunos do ensino profissionalizante, a carga horária comum é de 2.200 horas, além de 800 horas para aulas específicas de cursos técnicos.
O relator propôs ainda que, a partir de 2029, os alunos do ensino profissional tenham aumento na carga horária das disciplinas comuns. Também foi retomado o ensino obrigatório da língua espanhola nas escolas públicas —que havia sido afastado pelos deputados.
Além disso, o texto também prevê que outros idiomas poderão ser oferecidos em localidades influenciadas por países cujos idiomas oficiais sejam diferentes.
Secretários defendem texto da Câmara do Novo Ensino Secundário
O Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação) se manifestou contra o projeto de lei que institui mudanças no Novo Ensino Médio. Segundo o grupo de secretários, “qualquer mudança substancial” poderá atrasar a implementação do novo modelo.
“O texto substitutivo não apenas desconsidera contribuições e sugestões dos secretários estaduais de Educação, como também ignora as necessidades e realidades locais”, diz trecho da carta aberta ao Senado, divulgada pelo Consed.
“O Consed defende a aprovação do projeto, no Senado Federal, nos termos em que foi aprovado na Câmara dos Deputados. O conselho reconhece que o texto da Câmara representa um ponto de equilíbrio entre as diferentes demandas e preocupações dos estados e instituições brasileiras envolvidas no debate e que qualquer modificação substancial, neste momento, apenas atrasará ainda mais a implementação das tão necessárias mudanças no Educação secundária “.
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