Tosse convulsa, uma infecção respiratória causada por bactérias Bordetella coqueluchealtamente contagiosa, volta a ser uma preocupação constante após novos surtos na Europa e na Ásia.
A tosse convulsa pode levar a complicações graves
De acordo comMinistério da Saúdeesta doença, caracterizada por crises de tosse seca, pode afetar gravemente crianças menores de seis meses de idade, levando a complicações graves e até à morte se não for tratada adequadamente.
Os principais fatores de risco para a coqueluche estão diretamente ligados à falta de vacinação. A imunidade à doença é adquirida com três doses da vacina, sendo necessários reforços aos 15 meses e aos 4 anos de idade.
No entanto, a imunidade pode diminuir com o tempo, tornando os adultos suscetíveis novamente.
Transmissão e sintomas da coqueluche
A transmissão da coqueluche ocorre principalmente pelo contato direto com uma pessoa infectada, por meio de gotículas eliminadas ao tossir, espirrar ou falar.
Em casos raros, a doença pode ser transmitida por objetos recentemente contaminados. O período de incubação do bacilo varia entre 5 e 10 dias, podendo se estender até 42 dias em casos raros.
Segundo o MS, os sintomas da coqueluche podem se manifestar em três níveis. No primeiro nível, o mais leve, os sintomas são semelhantes aos de um resfriado, como mal-estar geral, coriza, tosse seca e febre baixa.
No entanto, os sintomas podem agravar-se, como tosse seca intensa e descontrolada, crises de tosse que comprometem a respiração e vómitos ou cansaço extremo.
Prevenção
O MS afirma que a vacinação é o principal meio de prevenção da coqueluche. Crianças até 6 anos, 11 meses e 29 dias devem ser vacinadas contra coqueluche.
O SUS (Sistema Único de Saúde) também oferece vacinas específicas para gestantes e profissionais de saúde que atuam em maternidades e unidades de internação neonatal, cuidando de recém-nascidos e crianças menores de um ano.
Situação em Santa Catarina
Dados do Ministério da Saúde revelam que Santa Catarina registrou apenas quatro casos de coqueluche em 2024. Nos últimos dez anos, foram 652 casos no estado, com queda significativa desde 2019.
A DIVE (Direcção de Vigilância Epidemiológica) atribui esta redução a vários factores, como a introdução da vacina Tdap para grávidas em 2014 e melhorias no diagnóstico laboratorial.
Apesar da queda nos casos, a DIVE afirma que alguns desafios permanecem.
Entre eles, a dificuldade de diagnóstico de casos suspeitos, a administração de antibióticos antes da coleta de amostras, a cobertura vacinal insuficiente (menos de 95% das crianças de um ano) e o desconhecimento sobre a vacinação de gestantes.
Surtos na Europa e na Ásia
A preocupação com a coqueluche aumentou com novos surtos internacionais. A União Europeia registou 32.037 casos entre janeiro e março de 2024 em 17 países.
Na China, foram notificados 32.380 casos e 13 mortes em 2024, segundo o CCDC (Centro Chinês para Controle e Prevenção de Doenças).
Com os surtos de coqueluche em todo o mundo, especialistas alertam sobre a importância da vacinação e da manutenção de altos níveis de imunização, essenciais para proteger a população, especialmente as crianças.
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