A chegada do décimo mês do ano, nesta terça-feira (1º), marca o início do Outubro Rosa, mês dedicado à conscientização da sociedade e dos profissionais de saúde sobre a prevenção do câncer de mama, sobre o diagnóstico precoce da doença e a adoção de hábitos saudáveis que podem contribuir para a redução de casos.
Em 2024, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) escolheu como tema da campanha Saúde da Mulher: Desafios e Perspectivas para o Controle do Câncer. Em todo o país, os próximos 30 dias serão marcados pela iluminação de prédios públicos com luzes rosa, palestras, eventos e atividades educativas, além de exames preventivos.
No Distrito Federal, por exemplo, o Serviço Social do Comércio do Distrito Federal (Sesc-DF) estacionou unidades móveis na plataforma superior da rodoviária do Plano Piloto, para oferecer às mulheres consultas e exames gratuitos de prevenção ao câncer de mama e, também , do colo do útero.
O gerente das Unidades Móveis do Sesc-DF, André Abreu, explica que o caminhão da mulher tem a missão de chamar a atenção dos moradores. “O foco é a prevenção, com muita conversa e muitas consultas.”
Mulheres
Nesta terça-feira, o espaço com barracas, cercado por cercas cor-de-rosa, chamou a atenção de uma das quatro filhas de Maria da Glória Costa, 60 anos, ao passarem pela região central de Brasília, vindas da cidade do Gama. Os dois decidiram parar por aí para reinvestigar o nódulo que Glória detectou na mama direita, em 2021. Na época, foi feita uma biópsia do tecido mamário e a análise laboratorial classificou o tumor como benigno, mas Glória não foi. para o hospital novamente. médico e agora você se sente incomodado com o inchaço no peito. “Meu seio ficou com defeito. Sinto o caroço e o vejo até mesmo por cima das minhas roupas. Por isso quero fazer uma mamografia para tirar minhas dúvidas.”
Primeira vez
No mesmo local, a dona de casa Lilian Cristina Cavalcanti fez pela primeira vez a mamografia, radiografia específica de ambas as mamas que permite identificar precocemente alterações nas mamas. Aos 51 anos e mãe de três filhos, ela admite que, até hoje, deixou o assunto de lado por falta de tempo e por achar que seria difícil conseguir vaga em uma unidade pública de saúde. “Eu nunca tentei. Não tenho paciência para esperar na fila e, como nunca senti nada [no autoexame da mama]Deixei passar”, confessou.
Mas já era hora de ela fazer uma mamografia bilateral. Lilian Cristina se posicionou em frente ao aparelho e, imóvel, teve os seios comprimidos em diferentes ângulos para captar as imagens detalhadas. Ao final, ela saiu do trailer do Sesc com impressões positivas sobre o exame. “Achei que doía mais, mas foi muito tranquilo. Agora estou aguardando ansiosamente o resultado do exame.”
André Abreu, do Sesc-DF, explica que as imagens em alta resolução captadas pelas mamografias são enviadas automaticamente aos profissionais do Hospital de Barretos (SP) para análise e emissão de laudo médico, em até 30 dias. “Se o repórter já identificar visualmente o câncer, ele avisará a equipe de Brasília que poderá ter que repetir o exame e terá que encaminhar a mulher examinada como paciente ao Hospital de Base de Brasília.” Nos demais casos, quando confirmada a normalidade das mamas, a mulher receberá o laudo em envelope nominal no prazo mencionado, no mesmo local – Rodoviária do Plano Piloto.
Câncer na família
A mamografia de rastreamento de doenças deve ser feita a cada dois anos e é recomendada para mulheres com 50 anos ou mais. No entanto, o risco é maior em pessoas com histórico familiar de câncer de mama.
A situação é vivida pela técnica administrativa Vera Lúcia Brasil, de 60 anos, que atendeu as primas com câncer de mama, o que a motiva a fazer mamografia todos os anos. “Até agora, nada apareceu. No câncer, se você fizer a sua parte cedo, funciona. Se não, acabou! E na minha idade a doença avança ainda mais rápido”, afirma.
A auxiliar de limpeza, Joseline Lima Santos, apesar de ter 48 anos, foi até o local tentar fazer uma mamografia. A justificativa dada é que sua mãe está em tratamento quimioterápico para destruição de células cancerígenas e, em novembro, fará mastectomia em um hospital público do Distrito Federal, para retirada da mama. “Quero muito fazer o teste porque minha mãe tem câncer de mama e quero evitá-lo. Ela está em sua sétima sessão de quimioterapia, de um total de 12.”
Atendimento no DF
O técnico em radiologia Ademar Cardoso revelou que, nos dez anos de atuação na área, percebeu com frequência a presença de nódulos nas mamas das pacientes até na hora das mamografias e comenta sobre a relevância da prevenção. “Muitas vezes vejo pessoas sem informação e por isso a gratuidade do exame é tão importante, porque é feito o encaminhamento necessário e o paciente pode iniciar o tratamento, quando for o caso.”
Durante este mês, de segunda a sexta-feira, o Sesc distribuirá 20 vouchers por dia para as interessadas em fazer mamografia. A auxiliar de serviços gerais Carmina de Alves da Silva, 54 anos, conseguiu uma das vagas e atualizou a última mamografia, realizada há dois anos. “O mais importante é a prevenção do câncer, que, em certa idade, é mais perigoso.”
Outra mulher que garantiu que não vai mais descuidar da própria saúde é a diarista Roseny Alves da Silva, de 59 anos. “O exame é importante e temos que nos cuidar. Já faz um tempo que não faço isso e agora vou aproveitar a oportunidade gratuitamente. Por causa da minha idade, tenho que fazer isso”, disse antes de entrar na sala de mamografia.
Brasil
Segundo o Inca, o câncer de mama é o tipo que mais atinge as mulheres no Brasil. As maiores taxas de incidência e mortalidade estão nas regiões Sul e Sudeste do país.
Em 2024, estimam-se mais de 73,6 mil novos casos de câncer de mama. A estimativa de risco é de 66,54 casos por 100 mil mulheres. Apenas cerca de 1% dos casos ocorrem em homens.
Serviço
De 1º a 30 de outubro, a mobilização do Sesc-DF oferecerá 200 serviços por dia, entre mamografia, exame citopatológico do colo do útero, também conhecido como Papanicolau ou preventivo, além da inserção de dispositivos intrauterinos (DIU). Estima-se que mais de 4.500 serviços gratuitos serão prestados exclusivamente às mulheres durante o período.
As senhas serão distribuídas sempre às 8h e cada senha dá direito a um serviço por dia, dependendo da disponibilidade:
Para receber atendimento, a mulher deve: portar documento de identificação com foto. Para fazer mamografia, leve também o Cadastro de Pessoa Física (CPF), comprovante de residência e número do Sistema Único de Saúde (SUS). Mulheres com idade entre 50 e 69 anos não precisam de prescrição médica para realizar o exame. Mas fora dessa faixa etária, sim.
Para inserir o DIU é preciso fazer exame preventivo recente (citopatologia), estar menstruada ou fazer exame de sangue que detecte gravidez (Beta HCG), realizado até 24 horas antes do procedimento.
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