Por Fernando Cardoso
SÃO PAULO (Reuters) – A moeda acelerou sua queda frente ao real nas negociações desta segunda-feira, em linha com a fraqueza da moeda norte-americana no exterior e influenciada pela realização de lucros de investidores no Brasil, caindo mais de 1% e voltando recente ganhos.
Às 11h04, o dólar à vista caía 1,08%, a 5,3826 reais na venda. Na B3 (BVMF), contrato de primeiro vencimento caía 0,97%, a 5,3855 reais na venda
“Dólar caindo de forma generalizada. E aqui talvez um pouco mais devido à realização de lucros”, disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.
Esta manhã, a moeda norte-americana caiu numa série de mercados desenvolvidos e emergentes, o que se refletiu numa queda no Brasil.
O – que mede o desempenho da moeda norte-americana em relação a uma cesta de seis moedas – cedeu 0,43%, para 105,420.
O euro era negociado a 1,074175 dólares, alta de 0,44% no dia.
Entre as moedas emergentes, os destaques foram a queda do dólar frente ao dólar, de 0,52%, e frente ao peso colombiano, de 0,95%.
No mercado nacional, a queda mais acentuada do dólar pode ser vista como a realização dos lucros obtidos pelos investidores com as recentes altas da moeda norte-americana, quando as preocupações dos investidores com as contas públicas brasileiras geraram maior fraqueza do real.
Na semana passada, os temores do mercado aumentaram ainda mais com uma série de declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva atacando o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e a condução da política monetária pela autarquia.
Na quinta-feira, o dólar atingiu o maior valor desde 22 de julho de 2022, a 5,4618 reais à venda, ainda no governo de Jair Bolsonaro.
Esta semana, depois de sessões marcadas por decisões de política monetária no Brasil e nos mercados desenvolvidos, os investidores voltam a sua atenção para a divulgação de novos dados de inflação, procurando sinais sobre o processo de controlo de preços a nível global.
O mercado interno analisará na quarta-feira os novos dados do IPCA-15 de junho, com analistas consultados pela Reuters esperando alta de 0,45% no mês, ante 0,44% no mês anterior.
A divulgação dos números da inflação no Brasil ganhou importância à medida que as expectativas do mercado sobre os preços continuam a subir para este ano e para o próximo, gerando preocupação entre as autoridades do Banco Central.
Mais cedo, economistas consultados pelo BC na pesquisa Focus voltaram a elevar a projeção para o IPCA do final deste ano, para 3,98%, ante 3,96% da semana anterior, e para 2025, para 3,85%, de 3,80. %.
A visão da autarquia sobre as expectativas não ancoradas será mais uma vez elaborada na terça-feira, quando o BC divulgar a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na qual foi decidida a manutenção da taxa Selic em 10,50% ao ano.
No Focus desta segunda, os economistas também elevaram a projeção para o valor do dólar no final deste ano, agora visto em 5,15 reais, ante 5,13 reais na semana passada, em meio à recente fraqueza da moeda brasileira.
Na sexta-feira, o dólar à vista encerrou o dia a 5,4413 reais na venda, queda de 0,38%.
(Por Fernando Cardoso)
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