O mercado está em alta, após duas quedas consecutivas, acompanhando a valorização externa da moeda americana em meio à leitura da ata do Copom, que manteve por unanimidade a taxa Selic em 10,50% na semana passada. Os investidores estão analisando o documento do Banco Central antes do webinar com o diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo (marcado para as 10h).
Na ata, o comitê reforçou que eventuais ajustes futuros na Selic serão ditados pelo “firme compromisso de convergir a inflação para a meta” e houve aumento da estimativa da taxa de juros real neutra, de 4,5% para 4,75%. O Copom afirma que manter a taxa Selic em 10,5% é compatível com sua estratégia de fazer a inflação convergir para um nível “em torno” da meta no horizonte relevante, que inclui o ano de 2025.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou a ata do Copom como “muito coerente” com a afirmação. Para Haddad, o documento transmite a ideia de que a autoridade monetária promove uma “interrupção” do ciclo de cortes para que possa avaliar os cenários externo e interno e tomar decisões com base em novos dados, o que, na avaliação do ministro, é um importante indicação para “enfatizar”.
Por sua vez, o Índice de Confiança da Construção (ICST) manteve-se estável em 96,4 pontos em junho. Nas médias móveis trimestrais, porém, houve queda de 0,1 ponto.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,40% no terceiro quadrimestre de junho, acelerando levemente ante o ganho de 0,38% observado no segundo quadrimestre, segundo dados dados divulgados hoje pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
O coordenador do IPC-Fipe, Guilherme Moreira, ajustou sua projeção para a variação do índice ao final de junho, de 0,38% para 0,34%. A alteração, afirma, reflecte um movimento de descompressão na variação de alguns alimentos frescos e itens como leite e batata que estiveram sob pressão sobretudo devido às condições climatéricas adversas entre Maio e início de Junho.
No exterior, as taxas de juro dos Treasuries caem pela terceira sessão consecutiva, mas o dólar continua a valorizar-se face a outras grandes moedas e à maioria das moedas emergentes e ligadas a matérias-primas, num dia de estabilidade e de queda da moeda. Recentemente, o Fed de Chicago informou que o índice de atividade nacional subiu para 0,18 em maio.
Os investidores valorizam no câmbio a afirmação da diretora da Reserva Federal, Michele Bowman, de que não vê cortes nas taxas de juro em 2024, mas considerou que as próximas decisões dependerão de cenários. Segundo o diretor, essa postura permite a análise de dados e pode abrir espaço para cortes de juros, caso haja avanço na inflação ou deterioração do emprego nos EUA. No radar estão também a leitura de junho do índice de confiança do consumidor dos Estados Unidos (11h00), e os discursos da diretora da Fed, Lisa Cook (13h00) e novamente de Michele Bowman (15h10).
Às 9h34, o dólar à vista subia 0,39%, a R$ 5,4108. O dólar para julho ganhou 0,27%, a R$ 5,4110. O índice da moeda americana frente aos demais pares importantes apontou ganho de 0,15%, aos 105,63 pontos. A taxa de juros do T-Note de 10 anos caiu para 4,224%, ante 4,241% no final da tarde de ontem.
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