Por Fernando Cardoso
SÃO PAULO (Reuters) – A moeda subiu frente ao real nas negociações desta terça-feira, em linha com seus ganhos nos mercados globais, enquanto os investidores analisavam a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada anteriormente, e aguardavam uma série de dados de inflação esta semana.
Às 9h46, o dólar à vista subia 0,43%, a 5,4135 reais na venda. Na B3 (BVMF), o contrato de primeiro vencimento subiu 0,32%, a 5,4140 reais na venda.
Esta manhã, o dólar recuperava força após uma sessão marcada por perdas generalizadas na véspera, que se reflectiu na sua subida no Brasil. O – que mede o desempenho da moeda norte-americana em relação a uma cesta de seis moedas – subiu 0,11%, para 105,630.
O avanço da moeda norte-americana também pôde ser observado nos países emergentes, com destaque para a alta de 0,39% em relação e a valorização de 0,24% frente ao .
Na segunda-feira, o dólar à vista fechou o dia a 5,3904 reais na venda, queda de 0,94%, após atingir na última quinta-feira seu maior valor de fechamento em quase dois anos.
No cenário doméstico, o mercado analisava a ata da reunião do Copom da semana passada, quando membros do BC decidiram manter a taxa Selic em 10,50% ao ano, interrompendo um ciclo de sete cortes consecutivos de juros.
No documento divulgado esta terça-feira, as autoridades aprofundaram pontos levantados na semana anterior, reiterando uma postura cautelosa face a um ambiente global incerto e a um cenário doméstico marcado por uma atividade resiliente, aumento das projeções de inflação e expectativas não ancoradas.
A postura do BC atraiu críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na semana passada, o que, junto com as preocupações do mercado com as contas públicas brasileiras, impulsionou o dólar no Brasil.
“Hoje, as atas mais firmes do Copom sugerem a possibilidade de termos pressão descendente (para o dólar)”, disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.
“Por outro lado, a percepção de risco permanece elevada há algum tempo e o comunicado do Copom da semana passada não conseguiu amenizar essa situação”, acrescentou.
Esta semana, os investidores ainda voltam suas atenções para a divulgação de novos dados de inflação, em busca de sinais sobre o processo de controle de preços em nível global.
O mercado nacional analisará na quarta-feira os novos dados do IPCA-15 de junho, com analistas consultados pela Reuters esperando alta de 0,45% no mês, ante 0,44% no mês anterior.
No cenário externo, os investidores estarão atentos à divulgação, na sexta-feira, dos números do índice PCE de maio, indicador de inflação preferido do Federal Reserve. Os analistas projetam estabilidade, ante alta de 0,3% em abril.
(Por Fernando Cardoso)
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