As taxas de juros fecharam o dia em alta firme. A alta acima de R$ 5,50, o aumento dos juros do Tesouro e, principalmente, as declarações do presidente Lula de resistência aos cortes de gastos prevaleceram sobre as boas notícias do dia, como o IPCA-15 abaixo da mediana das estimativas e a publicação do decreto que regulamenta a meta de inflação contínua.
No fechamento, a taxa do contrato de Depósito Interbancário (DI) para janeiro de 2025 era de 10,615%, ante 10,564% ontem no reajuste. O DI para janeiro de 2026 teve taxa de 11,23%, contra 11,12% de ontem no reajuste, e o DI para janeiro de 2027, taxa de 11,61%, de 11,50%. O DI referente a janeiro de 2029 passou de 11,94% para 12,05%.
As declarações do presidente Lula, em entrevista ao UOL, não surpreenderam, mas mesmo assim aumentaram o desconforto dos agentes ao aumentar o nível de ruído que explica grande parte da inclinação da curva e da pressão sobre o câmbio.
Numa altura em que a agenda de revisão dos gastos do governo é vista como crucial para manter o quadro fiscal em funcionamento, Lula questionou a necessidade de cortes. “O problema é saber se precisamos efetivamente cortar ou se precisamos aumentar as receitas”, disse ele. Segundo o presidente, a avaliação dos gastos será feita “sem nervosismo do mercado”. Disse ainda que não é possível dissociar o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e as pensões da política de aumento do salário mínimo porque não considera “isto como uma despesa”.
À tarde, o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, saiu em defesa de Lula, mas o mercado o ignorou. Segundo Ceron, o presidente Lula apoia a agenda de revisão de gastos. “Os sinais são de total apoio à equipa, muitas vezes há interpretações sobre partes das declarações, mas posso dizer que o presidente nos apoiou impecavelmente”, disse.
O estrategista da Traad, Leonardo Cappa, acredita que as boas notícias do ano fiscal durarão até 2023. “Não haverá surpresas, não teremos mais anúncios pró-mercado, apenas alguns ajustes”, afirma Cappa, para quem o o governo não parece se importar. Com o dólar a R$ 5,50, você deve se preocupar com o nível da curva de juros.
O economista-chefe da Azimut Wealth Management, Gino Olivares, considera que o comentário de Lula enfraquece o discurso do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e da ministra do Planejamento, Simone Tebet, de que a agenda de revisão de gastos seria colocada em prática. “É um balde de água fria, faz muito barulho”, diz, acrescentando que as declarações acabaram ofuscando o potencial benigno do decreto de metas contínuas, finalmente publicado hoje depois de um ano. “Como podemos prestar atenção a isto num ambiente cheio de ruído?”, disse Olivares, que considera que o texto foi “muito bem escrito”.
Bem recebido pelo mercado, o decreto prevê que o cumprimento da meta será determinado com base na inflação acumulada em 12 meses em índice de inflação definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A meta será considerada perdida quando a taxa se desviar do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos. Segundo Haddad, o CMN já fixou a meta contínua em 3%.
Não só o decreto-alvo, mas também o IPCA-15 de junho ficaram em segundo plano. O aumento de 0,39% ficou abaixo da estimativa mediana (0,43%) e da variação de maio (0,44%), com a desaceleração influenciada por itens voláteis, como passagens aéreas (-9,87%). Não houve consenso sobre a abertura das leituras de preços, com alguns economistas a destacarem o abrandamento nos serviços subjacentes na margem, mas outros a chamarem a atenção para os de mão-de-obra intensiva.
“Para o Copom, o número de hoje não altera a nossa visão de manter a Selic em 10,50% até o final do ano, com os passos seguintes dependendo de uma série de elementos, como a resiliência da atividade econômica, a interrupção do processo de expectativas fiscais e de inflação pouco ancoradas, além da flexibilização da política monetária nas principais economias”, comentou o economista-chefe do Kinitro, João Savignon.
A alta do dólar começa a trazer desconforto ao cenário considerado controlado para preços no curto prazo. A moeda americana subiu 1,19%, fechando a R$ 5,5194.
O exterior contribuiu para a pressão na curva, com o rendimento do T-Note a dez anos a regressar aos 4,30%, num dia marcado por leilões de títulos do Tesouro norte-americano.
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